História



Meu nome é Hendrick Von Hagen descendente direto do anjo Astaroth que foi subjugado por Deus a habitar no meio dos homens por abrir os portões do inferno após ser descoberto Astaroth foi sentenciado a viver entre os humanos. Mas caso algum dia quisesse receber o perdão pelo seu crime ele deveria salvar 10.000 almas do inferno. Mas estando aqui ele se apaixonou por uma freira de nome Sofia. Eles viveram durante muito tempo juntos e dessa relação resultou uma criança. Todos viviam em paz até que um dia foi procurado por Lucifer que lhe ofereceu a chance de entrar novamente ao paraíso, mas desta vez ao lado dele, mas para isso ele deveria sacrificar a vida de uma descendente direta de Eva que por um acaso era Sofia. Ele negou-se a praticar tal ato, mas acabou sendo morto na tentativa de proteger a ambos. Sofia consegue fugir até uma igreja onde deixa seu filho lá ao perceber que não conseguiria evitar sua morte. A criança de nome Hendrick foi encontrada pelo padre que o levou para um monastério para ser criado lá. Ao passar dos anos todos percebiam que a criança era diferente das outras. Aos 17 anos comecei a ter vários pesadelos até que o padre que me criou contou-me que eu tinha sido deixado na igreja e que eu deveria partir para descobrir minha origem, passei vários anos andando pelo mundo atrás de informações. Um dia estava andando quando fui perseguido por alguém que se dizia um anjo e contou-me a história de meus pais e como poderia conquistar o perdão pelo seu crime.

Primeiras Lembranças




Quando ainda era recém nascido fui abandonado na Berliner Dom e fui acolhido pelo então pároco da catedral que me entregou para os cuidados de uma freira que residia próximo a Klosterkirche. Durante anos fui educado dentro da doutrina católica cristã, recitando as diversas orações e praticando os inúmeros dogmas da fé católica. Aos sete anos fui iniciado nas obras Apócrifas onde despertei muita curiosidade sobre vários questionamentos que povoam as cabeças dos religiosos.
Aos oito anos comecei a perceber que era diferente das outras crianças e isso me causou muitos problemas, as crianças me repudiavam por eu não gostar de brincar com elas.


Lágrimas de Sangue




Lembro de quando tinha oito anos de idade, todos meus colegas da casa de caridade da Irmã Helga. Eram dias nos quais rezava para que findassem logo, pois, comecei a sentir na pele o peso da ignorância humana.
Era um dia chuvoso e todos estavam brincando enquanto eu estava diante dos meus livros de estudos, ao sair do meu quarto para ir encontrar - me com o padre para conversar com ele quando fui surpreendido por uma pancada em minha nuca e em seguida sucessões de chutes ao som de gritos que me chamavam de aberração, anormal entre outros.
Com tudo aquilo comecei então a sentir meu corpo arder enquanto eu escutava duas vozes uma que me dizia para eu sair de lá, enquanto a outra dizia que eles mereciam sofrer, que eu deveria acabar com eles ali naquele instante. A segunda voz a cada instante tornava -se mais forte, então de repente não senti mais meu corpo, a última cena que recordo foi de ver alguns dos meninos caírem no chão e o Padre Hans segurando -me nos braços.
No dia seguinte ao acordar, voltei para a casa de irmã Helga e falei para uma das irmãs que auxiliavam nos afazeres sobre o ocorrido. Ela por sua vez saiu correndo dizendo que eu tinha sido possuído e ao ouvir isso irmã Helga chamou - me para cobrar explicações sobre essa história.
Eu ao falar -lhe das vozes que ouvi, percebi que ela estava apavorada em seguida pegou o telefone e ligou para um padre que dizia -se especialista em exorcismos. Ao chegar o padre veio conversar comigo e quando contei novamente o ocorrido sobre as vozes, lembro -me dele começar a rezar o terço em latim e em seguida ajoelhou -me no canto da parede e mandando eu rezar as orações que eu conhecia enquanto despia minha blusa e dizendo que a minha penitencia era o flagelo e em seguida começou a açoitar -me com um chicote de várias pontas que nestas por sua vez continham pontas de metal que marcavam e dilaceravam meu corpo. A dor era insuportável, mas no fundo acreditava que com isso iria parar de ouvir as vozes,infelizmente, quanto mais eu era flagelado maior era o som das vozes. Eu não conseguia mais chorar de tanta dor que sentia até ver o padre Hans aparecendo e levando -me daquele lugar,a o vê -lo senti -me imensamente feliz e seguro, a felicidade era tanta que não sentia mais as dores dos ferimentos. O som da voz de Hans era tão sereno que acalentava meu corpo dilacerado e ao sentir aquele conforto comecei a chorar, um choro contido mas que em vez de banhá - lo de lágrimas, eu banhava - o com meu sangue.


O começo do fim



Era um dia chuvoso no mês de junho, estava eu voltando de uma visita a Catedral quando a freira que cuidava do orfanato chamou - me para o escritório dizendo - me que eu arrumasse minhas malas pois,eu tinha sido adotado. No começo senti - me radiante de alegria mas ao mesmo tempo um medo me consumia. Medo do novo, de ir embora com um desconhecido, alguém que teria total poder sobre mim e sobre meu destino. Estava quase entrando em um desespero agonizante quando uma mão pousou em meu ombro dizendo para eu me acalmar e que daria tudo certo, ao sentir a mão em meu ombro automaticamente o medo que sentia transformou - se em contentamento e ao ouvir o som daquela voz mansa e ao mesmo imponente do Padre Hans senti - me acolhido verdadeiramente como um filho que contenta -se ao ver novamente seu pai. No caminho perguntei -lhe o porque de me adotar, ele então parou olhou -me fixamente dizendo que sabia o que eu era e que sua missão era cuidar de mim.
Naquela mesma noite tive a pior noite de toda a minha vida, era madrugada o relógio marcava duas e meia, a lua estava linda cheia,acordei em seguida fui beber água no caminho em direção a cozinha deparei -me com uma imagem de São Gabriel e ao passar por ela senti uma dor lancinante em meu corpo, comecei a perder a força e meus sentidos, eu tentava gritar mas minha voz não saia, senti minha vida esvair -se de mim até escutar uma voz que me dizia que eu teria que suportar pois,aquela era apenas apenas a primeira barreira a ser vencida por mim, senti meus ombros pesados de repente deparo - me com um par de asas. No inicio fiquei mais nervoso com a ideia do padre me ver naquele momento da mesma forma que os outros me viam como uma "aberração" por ser diferente dos outros. Não conseguia conter meu medo e minhas lágrimas que caiam copiosamente no chão, muito nervoso e semi - consciente vejo a luz do corredor acender e se aproximar de mim o padre orando algo que não conseguia entender e depois disso lembro -me somente de voltar a sentir meu corpo e ele dizer que pela manhã conversaríamos. E a partir desse dia iniciou -se meu caminho de luz e sombras.
No dia seguinte senti meu corpo dolorido acordei sem forças me apoiando nas paredes até chegar ao banheiro, entro com dificuldade retiro a roupa para tomar banho, tenho uma surpresa , vejo no meu pijama marcas de sangue e ao olhar - me no espelho deparo -me com dois buracos nas minhas costas, atordoado grito desesperadamente e repentinamente o padre vem me acudir ao perceber minhas feridas este fica ao mesmo tempo angustiado e extasiado. Logo em seguida aos curativos, ele chama - me em sua biblioteca e começa a contar - me histórias que julgava serem apenas crenças sobre anjos e demônios, até o momento em que mostra -me um livro no qual existe a imagem de um ser parecido comigo. Depois desta conversa caminhamos por dentro da casa paroquial até um altar que ele o força para denunciar uma escada que leva ao subsolo, ele desce as escadas segurando meu braço. Andamos por um longo espaço de tempo até chegarmos em uma espécie de templo repleto de imagens de anjos e santos. Ao entrar senti a mesma sensação da noite anterior, ele olhava pra mim dizendo para eu despertar, não entendia o que aquilo significava somente que doía muito. Novamente desmaiei,ao acordar desta vez ele estava ao meu lado com suas asas abertas e aos poucos me recuperando do choque ele foi contando - me sobre o que eu era.



Entregando - me a Santa Cruz




Hoje foi o dia mais feliz da minha vida, tive meu primeiro contato com as Santas Escrituras da Bíblia, pude conhecer melhor a rotina cristã. Padre Hans acolheu -me na sua paróquia e educou -me de acordo com os preceitos cristãos. Até agora emociono - me ao relembrar as primeiras orações recitadas,os hinos cantados, a mágica exercida sobre mim ao experimentar a vivencia de cada palavra contida naquele livro que por tantas gerações foi, é e será sempre adorado. Neste mesmo dia em que me entreguei de corpo e alma a propagar a mensagem de Cristo. No fim do dia ao conhecer um pouco mais sobre a história dos anjos segundo a visão cristã apresentada por Hans fiquei fascinado e decidido a servir fielmente a Igreja. Aprendi a controlar meu "dom" como Hans chama. Fim de noite cansaço tomando conta de mim, acabei por cochilar e durante este cochilo me vejo vagando por entre brumas chamando o nome Morgane .

Bestial



Era noite do dia 02 de novembro de 2040, estava feliz por finalmente ter terminado minha formação na Universidade Teológica de Munique, não via a hora de chegar em casa para comemorar a novidade com Hans, mas, ao deixar o Campus da Universidade fui intimado a comparecer em Roma e pra minha surpresa eu tinha sido nomeado como tradutor oficial do Vaticano. Um cargo que no início acharia que seria simples se não fosse um simples disfarce para a Igreja. Não sabia que estava assinando minha sentença de morte,pois, a minha função na verdade era através dos documentos ajudar os anjos a encontrarem e exterminarem aqueles que eram da velha ordem. A minha primeira missão como tradutor era encontrar um jovem que era descente de uma linhagem de demônios que tentaram negociar almas com anjos caídos. Ao chegar em casa depois de um mês de "caçada", Hans parabenizou -me por eu ter terminado meus estudos, levou - me ao templo que existia embaixo da casa paroquial, aquele que lembrava tão bem. Ao descer as escadas senti -me diferente em relação a última vez que estive lá, dessa vez tive a sensação que meu corpo pedia aquele lugar, eu sentia - me estranhamente revigorado. Ao entrar no templo estava ele e mais outros três homens que os conhecia de vista, passados alguns instantes Hans contou - me que eles eram anjos pertencentes às ordens dos Templários e do Priorado de Sião. Enquanto estavam contando - me a sua história de repente escutamos um forte barulho vindo da casa, todos ficaram muito nervosos ao ouvirem as vozes daqueles que seriam caçadores de rebeldes. Tentaram escapar mas a última cena que vi foi de soldados descendo as escadas e atirando para todo o lado consegui, eles em nenhum momento atiravam em mim somente nos outros, em determinado momento olho para o lado e vejo um dos soldados cravando uma espada em Hans. A última coisa que me lembro foi de sentir um incômodo no meu corpo, quanto mais escutava os estampidos de balas mais meu corpo se ouriçava, eu sentia êxtase ao ouvir os gritos,mas ao ver o padre, o meu protetor, aquele que pra mim foi o pai que nunca tive, sendo atingido eu senti um ódio percorrer o meu corpo juntamente com meu sangue, era algo bestial, eu então não sei como ataquei a todos e a cada golpe que acertava eu sentia como se uma parte de mim quisesse sair, como se ela sempre estivesse esperando por algo como aquilo para fugir do seu cativeiro. Ao passar algum tempo, ao ver os corpos estendidos no chão, o templo destruído, eu me deparo desesperado, sozinho novamente no mundo. Corro em direção a Hans que ainda arfando fala - me sobre uma missão de proteger um determinado artefato e antes de seu último suspiro ele pede perdão por não conseguir me proteger de mim mesmo.

Dor lancinante

Não conseguia levantar - me do lado do corpo de Hans, eu não sabia mais o que fazer, estava perdido o único amigo, familiar, a única referência que eu possuía não estava mais ali, somente o que restou foi o seu corpo inerte no chão. Me desesperei por não ter pudido fazer nada, ou melhor,eu podia mas não consegui, tentei sair de lá, não queria continuar vendo aquela cena,mas sabia que antes de ir devia ao menos lhe dar a mínima dignidade de ter seu corpo velado. Ao enterrar seu corpo sentia raiva de mim mesmo por tornar - me um mero espectador, sabia que de alguma forma a culpa era minha, a dor que sentia naquele momento era maior que tudo que senti até aquele momento. Ao voltar para dentro das ruínas do templo, encontrei uma adaga de um dos caçadores, eu sabia que era de ferro de dite. Eu sabia que qualquer coisa que fizesse não iria diminuir minha culpa, a dor que estava sentindo. Eu então peguei a lâmina e marquei em minha pele a marca que iria me acompanhar até o meu túmulo. A marca que me lembraria minha fraqueza, a minha incapacidade de ter alguém.

Dualidade



Passados alguns dias depois da morte de Hans eu não conseguia fazer nada a não ser procurar respostas para o que aconteceu. Aos poucos as respostas começaram a surgir e aos poucos percebi que eu o tinha traído,não sabia como mas sabia que a culpa era minha. Então a partir daquele momento o que eu queria era a vingança, pois, sabia que a ordem tinha partido dos próprios anjos do Vaticano. Agora o que eu mais precisava era tornar - me forte o suficiente para acabar com o desgraçado que fez aquilo. Mas juntamente com o ódio que aflorava em mim também aumentava a culpa que sentia. Eu me entreguei a minha culpa, então pedi para além de trabalhar com as traduções,ir também para o campo. Queria tornar - me forte, queria conhecer o mundo, tentar antes de tudo esquecer o que acontecera dias antes. Minha primeira missão foi exterminar um vampiro. Ele igual a mim não conhecia totalmente seus poderes, não entendia o que era. Eu por um momento exitei em cortá - lo com minha espada, agora era mais uma vida que eu via se esvair. Aos poucos fui me distanciando dos homens, mas naquele dia ao vê - lo morrer, vi uma criança chorando diante de um cadáver como eu fiz por Hans. A criança ao me ver com a lâmina avisou aos outros que me capturaram e mais uma vez vi diante de mim, a fraqueza que possuía, a incapacidade de me proteger. Eu esperava a morte até que apareceu um anjo de asas negras como a noite, seu nome era Rafael. Tratava - se de um anjo mercenário que trabalhava para a serviço secreto. Durante algum tempo convivemos, e foi ele quem me levou para tocar no Angra como um disfarce para eu poder realizar minhas missões. Mas quanto mais eu convivia com Rafael mais confuso eu ficava, não sabia mais em que acreditar, tinha perdido totalmente minha fé.

Fortaleza



Era noite,o tempo estava ameno em Munique. Eu estava em meu escritório terminando de realizar mais uma tradução de documentos para o Vaticano quando o celular toca, deixo - o tocar mas a pessoa continua a insistir na tentativa. Passam - se alguns minutos e algumas tentativas, vou em direção ao telefone e vejo que eram ligações de meus superiores que queriam que eu fosse realizar uma missão em Fortaleza. Ao mesmo tempo que estou a falar no telefone, saio caminhando pela casa e ao passar pela sala escuto o som da campainha tocando ao me aproximar da porta para ver pelo olho mágico quem poderia ser vejo somente um envelope sendo passado por baixo da porta. Ao ver o envelope vejo que está endereçado a mim ao abrir, encontro um bilhete dizendo para eu ir para Fortaleza que lá eu iria encontrar as respostas que tanto estava procurando.
Esperei amanhecer e fui encontrar com meus superiores que me explicaram que eu tinha a missão de procurar um determinado homem e que eu deveria trazê - lo vivo pra ser julgado. Antes de embarcar para Fortaleza eu entrei em contato com os membros da minha banda que não sei se por coincidência ou conveniência tinha um show agendado no mesmo período de tempo em Fortaleza.
Ao chegar no aeroporto encontrei com todos da banda mas acabamos por nos dispersar cada um seguindo para seu lado. Ao sair do aeroporto e seguir para meu hotel recebi uma ligação de alguém que dizia ser enviado por Hans para me ajudar a encontrar as respostas que eu tanto procurava para saber quem eu realmente era. Repentinamente ouvimos sons parecidos com estampidos de balas, ele falou algo sobre uma disputa de territórios e entregou - me algo parecido com um cetro e um anel e sumiu caminhando pelo beco dizendo que se eu quisesse sair vivo dali eu teria que encontrar com uma mulher chamada Laura.



Clara



O dia estava nublado eu tinha acabado de acordar, eram por volta de 15 horas quando recebi uma mensagem dos meus superiores dizendo para mim averiguar uma concentração de espíritos perto de onde eu estava, fiquei esperando a mensagem confirmando o endereço de onde vinha tamanha concentração de espíritos, depois de algum tempo recebo - a informando o local, um espaço conhecido como Centro Cultural Dragão do Mar. Dirigi - me para lá ao chegar no local deparei - me com um ambiente repleto de jovens ouvindo música, outros conversando, outros bebendo, outros arrumando confusão e andando mais a frente me deparei com um ambiente de energia pesada, quando percebi estava rodeado por almas negras, corrompidas, sentia - me mais fraco e ao mesmo tempo mais forte, era algo estranho de descrever, a cada passo que andava pelo espaço sentia como se uma parte de mim travasse, não conseguisse mais prosseguir, era  como se eu estivesse em um combate comigo mesmo.
Estava andando quando uma senhora veio em minha direção dizendo pra mim que por tudo que fosse mais Sagrado eu tirasse a neta dela de lá, pois ela estava muito doente, a senhora ainda disse que a menina era uma pessoa boa,mas depois que conheceu esta turma com quem estava andando tinha mudado totalmente. Eu perguntei para a senhora onde a menina estava ela apontou e disse -me o seu nome é Clara e eu lhe imploro para que ajude - a. Quando olhei para a direção que ela estava ela tinha simplesmente sumido, então fui em direção da menina. Ela tinha uma aparência muito chamativa, tinha cabelos negros, olhos bastante chamativos, fui em sua direção, chamei - a pelo nome. Ela olhou em minha direção relutantemente, então tornei a chamar -lhe pelo nome, dessa vez ela veio em minha direção,parou, olhando para mim perguntou de onde eu a conhecia, então respondi que estava ali por conta de uma senhora que me pediu para falar com ela e retirá - la de lá, ela pela descrição que lhe dei ela reconheceu a senhora como sendo sua avó que falecera há alguns meses atrás, ela encarou - me e insinuando que eu estava lá a mando de sua mãe, que não gostava de seus amigos, mas a medida que eu falava ela começava a  chorar copiosamente, até que passado algum tempo consegui retirá - la daquele local. Ela por fim reconheceu - me como sendo o guitarrista de uma das bandas que gostava. E ao sairmos de lá resolvi que a levaria para casa, mas ela dizia que não queria falar com sua mãe e por fim acabamos chegando ao acordo que ela poderia ficar em meu apartamento,porém,quando raiasse o dia ela iria procurar sua mãe e pediria desculpas por tudo que ela tinha feito e dito. Ao chegarmos em meu apartamento, preparei o quarto de hóspedes para ela.


Mudança de Planos 


Pela manhã ao me levantar percebi que Clara já estava acordada, cheguei - me aos poucos para conversar com ela, saber um pouco mais sobre aquela menina. Ela contou -me sobre seus problemas, sua vida, a morte de sua avó, sobre sua doença, enfim, sobre ela. Por volta de umas oito da manhã, o sol já estava bem alto no céu, o calor já estava bastante também, eu e Clara saímos em direção a sua casa, pegamos um táxi e depois de uma hora chegamos na casa de sua mãe. Ao descermos do carro, percebi uma senhora saindo de dentro de casa, uma mulher relativamente bonita, por volta de seus quase 40 anos, cabelos longos e castanhos na altura da cintura. Ao sair ela veio em minha direção xingando - me e gritando dizendo que ia denunciar - me pra polícia por eu estar em posse de sua filha. Clara ao ver a mãe praticamente tendo um ataque estérico sente - se mal e desmaia, ao ver seu corpo indo de encontro ao solo, minha primeira ação foi correr em sua direção e levá - la para dentro, ao deitá - la na cama falei com a sua mãe para preparar compressas e fui a cozinha para ajudar. A sua mãe ainda estava meio que relutante diante minha presença, falando com um tom de voz ríspido e ao mesmo tempo preocupado, a medida que ela falava sua voz aumentava e com isso pude perceber o barulho da porta da frente sendo fechada. Ainda fui atrás dela, mas ao tentar acompanhá - la fui surpreendido por uma forte pancada em minha cabeça e ao acordar estava diante de uma pousada. Ao levantar - me ouvi a voz de Clara vindo de dentro do lugar. Entrei no local para procurá -la, deparei - me com um local repleto de maus agouros, repleto de resto de fetos, a pousada me fazia suar frio mas ao mesmo tempo uma parte de mim não sentia - se incomodada com o que via. Estava subindo as escadas seguindo o som da voz de Clara quando me deparei com algumas outras pessoas que também estavam por lá, a cada minuto que se passava o lugar ia ficando mais insuportável, o odor forte, o oxigênio diminuindo, tudo que me vinha na cabeça era retirar a menina de lá. Durante a estadia na casa eu juntamente com esses desconhecidos fomos vencendo os obstáculos até encontrá - la.


A profecia se concretiza




Estávamos todos correndo em direção ao sótão da pensão quando fomos brutalmente atacados por alguns dos seres que por lá se encontravam, parte do grupo tentou lutar contra os seres e parte continuou para o sótão para evitar o ritual que estava por acontecer. Ao alcançarmos as escadas tivemos uma visão de alguém que nos contou sobre o ritual de invocação e esta por sua vez disse por enigmas que para evitar que o mal acontecesse uma vida deveria ser ceifada, mas nem sempre a morte é algo maléfico.
Ao conseguirmos enfim chegar ao sótão dei - me de cara com Clara amarrada e a cada instante que passava sua vida ia definhando parte por sua doença e parte pelo esforço feito por ela para tentar sair daquele lugar. Eu não sabia o que fazer, sabia apenas que não poderia deixá - la morrer. Naquele instante de modo meio que instintivo apanhei o punhal que estava no chão e cravei em seu peito.
Depois do feito a pousada foi irradiada por uma luminosidade intensa, e ao fundo ouvi uma voz que ao fim do "espetáculo" disse que a profecia tinha enfim se realizado e que o mal estava sendo liberado como em uma caixa de pandora. No momento não sabia bem o que estava acontecendo,somente que era algo extremamente grande. Ainda guardo em minha mente a cena da lâmina perdendo - se em seu peito, o urro que soltou quando a adaga trespassou - lhe, e por fim a seu corpo ser envolto primeiramente por uma luminosidade intensa e depois seu corpo foi envolvido em uma camada de trevas como se um manto a encobrisse. Depois de algum tempo retirei - lhe de lá e a levei para meu apartamento. Pela manhã pude perceber uma mudança nela,não somente física mas também mental e até mesmo proveniente de sua aura. Ao acordar Clara assustou  - se com  o crescimento repentino de seu cabelo como também que sua pele estava mais clara e livre das cicatrizes que possuía. Ela estava muito assustada com tudo aquilo,então, quando ela estava mais desperta e após lhe contar o que aconteceu no dia anterior fomos para a casa da mãe dela onde combinamos que ela ficaria.


O Templo Profanado




Passaram - se alguns dias depois do ocorrido com Clara, estava em meu apartamento terminando de fazer as traduções de alguns documentos quando o meu celular tocou, era como das outras vezes uma voz anônima que me passava mais uma missão. Desta vez eu teria que me encontrar com os outros para invadirmos e capturarmos daemons que se infiltraram e estavam profanando templos religiosos.  Após algum tempo cheguei ao ponto de encontro e deparei - me com os mesmos indivíduos que estavam na pousada dias antes. O grupo era bem como posso dizer heterogêneo, não sei explicar éramos desconhecidos mas havia algo que me dizia que se eu me mantivesse com eles poderia descobrir mais sobre mim.
Era fim do dia fomos todos para o templo para resolvermos logo a missão, quando enfim chegamos fomos surpreendidos por um ataque surpresa, estávamos tentando fugir de uma chuva de flechas que vinha em minha direção, tentei me proteger em algum lugar mas não consegui fui atingido por flechas que acertaram minha perna, estava ali esperando a próxima flecha me acertar e sucumbir ali mesmo, repentinamente o céu diante de mim ficou turvo e ao erguer a cabeça eu vi um ser parecido com um anjo que me disse que eu tinha que sobreviver pra poder enfim decifrar meu passado e para que a vida dele e de tantos outros que me protegeram não fosse perdida em vão. Ao ver aquele ser tombando em minha frente percebi que ali não era onde eu iria padecer, eu procurei juntar todas as forças que ainda restavam em meu corpo para sair dali. Estava andando com dificuldade quando um daqueles que estavam comigo, me ajudou a sair de lá. Seu nome era Gabriel, lembro - me de acordar em um local desconhecido, cercado por todos do grupo que em seguida me acolheu de uma forma calorosa.  Passado o meu período de repouso voltamos para o Templo onde conseguimos realizar finalmente a missão. 


Armadilhas do Destino


Tinha eu acabado de acordar, eram por volta de 8 ou 9 da manhã, resolvi descer e dar uma volta na praia ( meu grande erro), ao sair pela porta do edifício lembro - me apenas de sentir uma pancada forte na cabeça e ao acordar estar amarrado em uma cadeira em uma espécie de barraco e ter três homens em minha volta. Eu por minha vez tentando  sair do meu cativeiro tive a infelicidade de pensar em quebrar a cadeira e mostrar - me como uma criatura sobrenatural, foi a pior coisa que poderia ter feito, ao tentar me levantar não senti que minhas pernas estavam amarradas e ao tentar abrir minhas asas um deles conseguiu me derrubar e retirar um pedaço de pena de minhas asas, quando eu senti a lâmina passando por entre as penas senti uma dor lancinante como se fosse morrer ali, uma dor que dilacerava meu corpo e novamente recebi uma pancada forte na cabeça. Desta vez quando acordei estava algemado e suspenso em uma casa e com uma bela mulher me olhando. Eu confesso que se não estivesse na situação na qual estava não exitaria em elogiá - la. Estava ainda recobrando a consciência quando ela começa a dizer que irá matar - me ou simplesmente vender -me para algum ser que quisesse escravizar criaturas sobrenaturais, passa - se algumas horas então ouço a voz de Halene, Derek e Urick que tinham vindo a mando de Havah para libertar - me. Mas a tentativa foi desastrosa, Halene e Derek não conseguiram passar pelas armadilhas e Urick acabou perdendo a vida tentando arremessar uma das bombas. Ela ao ver aquela cena comentou que a missão de resgate não iria ser promissora,pois, os enviados eram ridículos. Depois do comentário ela tirou - me as correntes e convidou -me para tomar chá com biscoitos, fiquei um tanto quanto inquieto mas acabei por aceitar, visto que se quisesse realmente me matar teria feito havia muito tempo. Depois do chá ela apresentou - se e acompanhou -me  até em casa, e acabou por alojar - se lá.


Verbena


Eu estava cansado ao chegarmos em casa, Clara estava deitada no sofá assistindo televisão, Verbena ficou na sala conversando com ela. Deixei as duas na sala e fui tomar um banho e ao sair do banheiro a surpresa que tive ao ver Verbena desfilando suas belas curvas  pela casa. Não disfarço que fiquei fascinado por sua beleza, e ao olhar seu corpo descoberto não pude não notar as cicatrizes de batalha. Fui em direção a ela e pedi para vestir - se. Ela prontamente perguntou - me se eu não a queria. Eu digamos que estranhei a atitude dela, mas enfim, desde o inicio ela não me pareceu normal assim por dizer. Ela com seu jeito um tanto quanto excêntrico acabou por conquistar - me e a Clara. Mas percebia que entre ela e Clara ainda existia uma certa resistência, meio que birra por parte de Clara, eu e Verbena ficamos por horas conversando, chegamos até mesmo perder a noção da hora. Algumas horas depois ela e Clara já estavam tão cansadas que dormiam no sofá, levantei - me e levei - as para o quarto e fui para minha biblioteca estudar um pouco, porém, era evidentemente conseguir pensar em algo que não fosse Verbena. Durante algum tempo tentei retirar sua imagem de meus pensamentos. Depois de certa luta consegui finalmente voltar às minhas pesquisas, eram por volta de 3 da manhã quando recebi novamente uma ligação como as tantas outras que recebera e desta vez tinha um bilhete embaixo da porta no qual dizia que se eu aceitasse esta missão eu iria descobrir mais um pouco de mim. Esperei o dia amanhecer e sem que Clara e Verbena acordassem parti rumo a mais uma missão e a esperança de descobrir um pouco mais sobre o que eu realmente era.


Indo para as profundezas


Estávamos voltando de mais uma missão, exaustos, feridos e ao chegarmos soubemos que alguns de nossos amigos (aliados) tinham sido abatidos em batalha. Quando retornei a casa de Havah nunca tinha o visto naquele estado, ele estava com uma cara abatida, de tristeza. Por alguns instantes quase pude acreditar que caiam lágrimas de seus olhos, ele percebendo o fato tratou de esconder seu semblante abatido. Eu vendo aquela cena aproximei - me de Havah e dei minhas condolências, pois, pude perceber que eram muito próximos. Percebendo o estado dele a primeira coisa que me veio na cabeça além de dar meus sinceros pêsames foi me oferecer para o que estava por vir (já que tinha e tenho uma dívida de gratidão para com ele). Ele por sua vez me enviou ao Inferno para juntar - me ao exército de Belzebu para treinar, ao chegar foi uma sensação estranha, uma parte de mim sentia uma repulsa ao mesmo tempo que sentia meu corpo pesado, mas por outro lado eu sentia atraído pelo lugar os gemidos eram como música, tudo aquilo era meio que fortificante, e repentinamente veio - me à tona a lembrança da morte de Hans (meu eterno protetor). O inferno é pior do que falam, pois,os demônios não são somente exteriores, eles são também interiores. Enquanto treinava, lá passavam - se anos, e quanto mais treinava minhas habilidades, meu vigor,ao mesmo tempo que tentava lutar contra meus medos e principalmente com minha sanidade. Depois de um longo e cansativo tempo, finalmente meu treinamento tinha acabado. Quando estava vindo embora a comandante responsável pelo treinamento me presenteou com uma espada longa, uma armadura e uma lança de Dith e disse - me que seriam bastante úteis em minha jornada. E ao fim de tudo fui marcado com duas tatuagens uma de Cérberus e outra de um anjo guerreiro, e ela acabou por explicar - me que por tratar - se de um mestiço (trakinas), as tatuagens iriam ser uma espécie de termômetro de minha alma, a que sobressaísse mais em relação a outra seria o caminho que eu seguiria. Mas logicamente tratando - se de onde eu estava vindo a tatuagem que estava sobressaindo - se era a do Cérberus. Mas ao voltar procurei fazer o possível para que os outros não soubessem o que tinha se passado lá embaixo. Finalmente voltei e fiquei um pouco na casa de Lord Havah para poder descansar e ter condições de voltar para casa.


Alma manchada


Faziam algumas semanas que tinha voltado do Inferno e desde então não tinha voltado ainda por casa, missões atrás de missões, eu finalmente estava  chegando em casa, meu refúgio, mas ao chegar fiquei surpreso ao ver a porta arrombada e Clara e Verbena dormindo no sofá com o corpo coberto de hematomas e dois homens amarrados e amordaçados em um canto. Quando estava entrando Verbena ouviu meus passos e foi logo contando - me que tinha chegado em casa e percebido que tinham invadido e ouviu os gritos de Clara que estava prestes a ser estuprada, ela por sua vez lutou contra os dois. Imediatamente pus - me a ligar para Havah que me indicou o que fazer. Eu então peguei os dois e despejei - os no aterro, porém, cometi um erro ridículo de principiante, ter deixado os dois vivos no aterro, e por isso creio que vou viver eternamente com minha alma manchada por esse erro.
Ao chegar estava totalmente cansado, pus os sofás trancando as portas enquanto providenciava a fechadura, e fui ao escritório onde adormeci de tão cansado que estava. Ao acordar senti meu corpo dolorido como uma sensação estranha, abri a porta do escritório e deparei - me com uma cena que posso dizer que era "demoníaca" até mesmo para um demônio. Verbena tinha sido brutalmente estuprada, seu corpo estava totalmente marcado, podia ver as marcar dos cabos que trespassaram sua pele, seu seio tinha sido arrancado,a parede estava repleta de inscrições feitas com seu sangue e seu corpo estava descoberto e imóvel ao canto do cômodo. Os homens ainda estavam lá, queria matá - los, o pensamento que vinha em minha cabeça era somente proteger Clara, pois, vendo o estado de Verbena não cria que ainda estivesse viva. Quando me preparava para atacá - los, ouvi o barulho da porta do quarto de Clara abrindo - se e a repentinamente a vi indo para a sala, ao entrar no cômodo e ver a cena do corpo de Verbena inerte no chão e o estado da sala, ela entrou em colapso e desde o dia em que a essência de trevas foi hospedada em seu corpo foi a primeira vez que a vi, Ambas se descontrolaram e Clara começou a projetar pelo cômodo várias chamas negras e apareciam tentáculos de trevas por todo lugar, os tentáculos foram diretamente ao encontro daqueles que invadiram nossa casa e os dilacerou por completo e eu tentando fazer com que ela se acalmasse fui atingido por uma bola de fogo negro que me nocauteou. Lembro - me somente de ver a casa em chamas e chorar por não ter conseguido protegê - las. Tentando levantar - me vejo uma última cena que era a casa completamente em chamas e ao acordar vejo - me na casa de Havah. 


Criatura



Assim que recobrei a consciência e vi que estava na casa de Havah. Procurei saber onde estava Clara, e tentando entender o que tinha acontecido. Não minto que não procurei saber de Verbena,pois, não acreditava que ainda estivesse viva e confesso que demorei realmente a sentir falta da presença dela. Repentinamente o meu celular tocou não lembro se era Gabriel ou Eve que me ligavam para informar que tínhamos mais uma missão, dessa vez tínhamos que entrar no parque do cocó. Me equipei e fui ao local, chegando lá todos estavam me olhando de forma estranha. Eu me sentia estranho desde quando voltei, não via mais as coisas com os mesmos olhos, tudo pra mim era nada mais que uma imagem corrompida. Eu estava ali somente pela obrigação não me sentia atraído pela ideia de estar com o grupo. Nesse momento na casa de Havah, Catherine invade a casa cobrando uma explicação por conta do estado da moça que fora deixada em sua casa em situação totalmente lastimável, Catherine ao lembrar do estado de Verbena mostrava - se consternada. Havah sentindo a gravidade do acontecido através das palavras de Catherine liga para Eve para saber onde estávamos e se por um acaso eu estava com o grupo. A essas alturas Eve já tinha contado sobre o ocorrido e senti no olhar de cada um deles principalmente no de Jéssica um ódio que me trespassava como várias lâminas e eu ao mesmo tempo que sentia - me intimidado com seus olhares, lembrei - me da época do orfanato quando todos tratavam - me como uma aberração. Então olhei - os diretamente e mandei - os para o quinto dos infernos e lugares piores que não me vem a memória, estava indo embora quando senti uma grande pressão em meu crânio era Havah que chegava e com um impulso segurou meu crânio com uma das mãos. E foi falando que as minhas ações eram tão ou mais deturpadas que as das piores criaturas e continuou com seu discurso e uma coisa que ele disse mexeu comigo mais que o discurso inteiro. Ele simplesmente mostrou - me minha insignificância como ser, de acordo com suas palavras eu não passava de uma criatura, um ser que não pertencia nem ao céu e muito menos ao inferno. Uma criatura que não passava de um nada,pois, não era nada mais que um conjunto de duas metades que nunca seriam um todo. Ao fim daquelas palavras ele segurou - me pela roupa e levou - me para sua casa e jogou - me no calabouço e como punição fez - me sentir e ver tudo que Verbena tinha passado e informou ao grupo que a partir daquele momento eu estaria banido e estaria caçado dentro da cidade. Ver e sentir tudo aquilo foi algo mortificante, a cada cena e a cada sensação de dor eu queria me matar mas a dor era tão intensa que me mantinha imóvel, estático como o seu corpo naquela noite. Durante as cenas que passavam em minha mente vi que Verbena durante todo o momento rezava e chorava pedindo para que eu aparecesse para salvá - la, eu agora estava copiosamente fazendo uma oração mas para que eu morresse antes de terminar aquilo. Todas as cenas tinham passado, por mais que não tivesse nenhum ferimento eu sentia meu corpo despedaçado, não conseguia mover - me, o cômodo era totalmente fechado tinha somente uma fresta a qual entrava um pouco de luz e por um momento o calabouço que antes era quente como um pedaço do inferno, agora simplesmente esfriava como se tivessem unido todas  as correntes de ar no mesmo lugar e pude sentir uma presença conhecida eu procurava com dificuldade ver se entrava alguém, mas ninguém havia entrado e todo cômodo foi iluminado por uma luz fosca e pude ver que a luz formava a imagem de Tales (lobinho), esse por sua vez pediu - me para proteger Jéssica e sumiu. Então depois disso tudo sem saber se estava delirando ou não gritei por Havah que perguntou - me se eu tinha aprendido algo e simplesmente confirmei com a cabeça. Ele disse - me para eu ir buscar Verbena na casa de Catherine e a partir daquele momento minha missão seria exclusivamente cuidar dela.


Recobrando a Sanidade


Eu fui até a casa de Catherine buscar Verbena ao chegar pude perceber toda a hostilidade de Catherine por conta de todo o ocorrido e de certa forma com toda a razão, subi as escadas e fui até o quarto indicado, ao entrar tive um choque ao encontrá - la ali parada perdida no tempo, estática, peguei - a em meus braços e desci as escadas, ao chegar no último degrau Catherine solta - me uma ameaça na qual consistia que se algo de mal voltasse a acontecer com Verbena ela trataria de matar - me, encaminhei - me à porta e fui embora juntamente com Gabriel que me aguardava na entrada. Ao sairmos da casa de Catherine nos encaminhamos para o centro de operações do grupo (Casa de Lord Havah), ao chegarmos levei - a até o quarto e fiquei a velar seu sono durante a noite.
Fiquei ali a noite inteira sentado olhando ela dormir e ver o quanto ainda estava traumatizada com tudo e com toda a razão, ao amanhecer fui até a cozinha pegar algo para que comesse e me deparei com os outros saindo para mais uma de nossas missões. Voltei para o quarto para acompanhar Verbena, mas Havah pediu para ajudar o grupo e quando voltasse eu ficaria novamente cuidando dela, estava muito cansado e com sono ,pois, não tinha dormido ainda, resolvemos o que tinha que ser feito e ao voltarmos demos de cara com a mansão sendo atacada. Havah mandou - me tirar Verbena de lá e levar para um local seguro, o local mais seguro que conhecia era o sitio da Eve e foi para lá onde me encaminhei com os outros e Verbena. Chegando no sitio acompanhei Verbena para tomar um banho de Sol enquanto o clima esquentava em outro canto do sitio. O tempo estava quente, o Sol estava muito bonito além da paisagem que era encantadora, peguei - a nos braços e entrei no riacho a fim de banhar ela, e quando entramos na água a medida que o corpo de Verbena era submerso na água eu sentia seu corpo esquentar e sentia seus batimentos mais intensos, sua voz parecia querer libertar - se daquela prisão a qual estava acometida, ao olhar seu rosto sereno e inerte fiquei comovido com a cena que presenciava, não pude conter - me, acabei por beijá - la, quando meus lábios foram de encontro aos seus senti algo quente que escorria pelo meu rosto, eram suas lágrimas e ao senti - las cair sobre meu rosto, afastei minha face da sua e confessei - lhe que precisava dela, passados alguns minutos enquanto saíamos da água via as lágrimas escorrerem de seu rosto e seus balbucios na tentativa de pronunciar algo, fiz um sinal para que fizesse silêncio e beijei- lhe a face e fiz - me prometer sempre estar ao seu lado. Quando estava enxugando - a ouvi sua voz trêmula que pedia pra que eu ficasse com ela. Ao ouvir sua voz abracei - a e ficamos assim por tanto tempo que parecia que o próprio tempo não mais existia. Esse dia foi um dos poucos felizes de minha existência. Algo que irei eternamente levar comigo.


Amour  


Estávamos saindo do sítio da Eve quando recebemos um telefonema que éramos para evitar a casa de Havah porque ainda estavam sobre ataque mas quando a situação melhorasse seríamos avisados. Passaram - se algumas horas e fomos então informados que a situação estava mais calma, então todos nos dirigimos a casa de Havah ao chegarmos vimos as marcas dos confrontos que ali ocorreram e ao nos posicionarmos diante da porta fomos recebidos por alguém que nos era estranho. Um homem que aparentava ter por volta de 1,97m de altura, mas que sua postura fornecia a impressão de ser mais alto, com um jeito bem peculiar de ser, ele mostrou - se ser bem humorado e meio sem noção, primeiramente ficamos inquietos para saber quem seria. Enquanto estávamos comentando entre o grupo Havah aparece e apresenta - o como sendo um Alastor chefe dos Alastores e este por sua vez revelou que havia tanto tempo que não apresentava - se a ninguém que tinha  esquecido o próprio nome e ao falar isso Stella acabou por nomeá - lo de Amour. Ele de cara protelou um pouco mas acabou gostando. Ele mostrou - se ser digamos honrado e possui um senso um pouco sádico, normal para quem acabou de chegar do inferno, eu pelo menos quando voltei de lá estava um pouco diferente do que sou. Mas uma coisa eu preciso admirar nele ele transparece todo seu poder sem possuir uma postura de superioridade. Não sei se pela personalidade destrutiva ou pela aparência altamente perturbada eu prontamente me simpatizei por sua pessoa. 


Purificação

Estávamos todos em mais uma aventura como sempre, mas dessa vez fomos atacados em pleno nosso território. Era fim de tarde e estávamos na casa de Havah, quando fomos surpreendidos com a aparição de Verdelet (essência de Arkanum) no corpo de uma boneca e que estava descontrolada nos atacando e forçando - nos a atacar uns aos outros. Ficamos durante muito tempo sem saber o que fazer até que todos do grupo com exceção de Kurt e Urick recém voltado do Inferno. Quando finalmente conseguimos sair de dentro da casa percebemos que a mesma tinha sido envolta em uma barreira espessa de energia, da qual não conseguíamos nos aproximar, o tempo passava e o desespero aumentava, estávamos prontos para tentar invadir a todo o custo a casa quando nos apareceu uma índia que nos ajudou a controlar a situação. Verdelet acabou por ser neutralizada e os demônios que ali estavam também tinham sido neutralizados uns como no caso de Havah e Amour se cansaram de tanto se bater e o restante foi realmente neutralizado. Quando tudo parecia estar em ordem a índia nos deu a missão de vasculhar todo o perímetro para vermos se ainda tinha algum demônio desorientado, então, Marcus, Urick e eu nos separamos pela casa para neutralizar aqueles que por um acaso estavam descontrolados, eu quando tinha descido as escadarias andei em direção a cozinha, ao chegar na cozinha dei - me de cara com um ser estranho, muito magro que veio em minha direção,consegui escapar do seu primeiro ataque, em seguida, aproveitando o momento ataquei - o em cheio com minha lança e por um momento de descuido fui atingido. Ao ser atingido a última coisa que lembro ter visto foi o meu oponente  vindo em minha direção e eu perdendo aos poucos meus sentidos. Depois de perder meus sentidos lembro ver a imagem de um local que era uma espécie de terreno que era dividido ao meio, e de um lado era nitidamente escuro e do outro era extremamente iluminado e na divisa deste terreno eu via duas imagens minhas, uma de cada lado, lutando entre si e a cada golpe que um recebia eu sentia toda a dor e depois de muito tempo percebi que aquela cena que estava presenciando era o que acontecia comigo. O lado escuro sendo meu lado demoníaco e o lado iluminado tratava - se do meu lado angelical. Durante muito tempo pus - me a observar aquela disputa de altos e baixos, sabia que não podia fazer nada além de tentar suportar a dor que me dominava após cada golpe do embate. Chegou um momento em que sentia que não suportaria mais as dores que vinha sentindo, estava disposto a descer até o local onde estavam, e assim o fiz quando estava me aproximando via que os dois espaços estavam se misturando ao mesmo tempo que se repeliam e quando consigo me aproximar das duas imagens vejo o lado iluminado partindo pra cima da escuridão com para desferir mais um golpe, mas desta vez esse era diferente dos outros anteriormente aplicados, quando ele veio em direção ao outro de suas costas apareceu um par de asas maiores envolto em runas e repentinamente a lâmina de sua lança tornou - se mais iluminada e acabou por acertá - lo em cheio e este ao cair no chão foi se desfragmentando e quando estava se desfragmentando o lado no qual representava era invadido pela luz que saia da lâmina da minha outra imagem. Mas observando aquilo vi que em uma parte da escuridão se encontrava Verbena, tentei alcançá - la antes que fosse consumida pela luz, mas fui prontamente impedido por uma barreira de luz e uma voz que me dizia que ela não me pertencia e sim ao outro e eu tinha duas escolhas  que eram a de perdê- la e continuar a viver ou tentar ficar com com ela e ser dizimado juntamente com meu outro EU. Pra mim foi tudo muito real o que acabara de ver e passado algum tempo acordei em um local totalmente estranho que lembrava - me imagens antigas da Europa, vários ornamentos que relembravam a cultura nórdica. Ao me levantar avisto uma mulher muito bonita que recordava muito uma amazonas e ela ao vir em minha direção contou - me o que aconteceu enquanto eu estava desacordado. 



Lâmina e Sangue



Estou aqui de volta, sinto que falta algo, um pedaço de mim, coisas que ficaram pelo caminho, falta algo que não sei dizer o que é, a única coisa que sei que falta é alguém que não está ao meu lado, o único nome que me veio a cabeça. De todos os rostos que avistei depois de voltar foi o único que não vi, no máximo cartas, fotos e emails, nada, comparado a sua presença. O que ainda me prendia aqui, já não mais prende, agora o que resta é seguir em diante novamente atrás de respostas e desta vez para encontrar o que falta de mim, encontrar minhas próprias perguntas e respostas. Estou agora em um caminho sem volta, sinto - me estranho em relação aos outros, todos me olham como se por algum motivo me desconhecessem, como se também dessem por falta de algo, a única coisa que sei é que se quiser encontrar minhas respostas deverá ser por minha própria conta e para isso preciso melhorar minhas habilidades para não depender deles. É hora de refazer promessas e juramentos, lealdade e respeito por quem merece, piedade somente se valer a pena, matar sempre que necessário, eis meu código, minha meta e filosofia.
O coração que um dia foi entregue a alguém a partir de hoje se entrega à batalha, à lâmina e ao sangue. Já que meus passos trouxeram - me a este caminho, irei entregar - me a ele em nome do lorde das profundezas.
A lâmina que um dia quis renegar, hoje convido - a a cear o banquete de sangue que fui levado a participar, e brindo o sangue meu e todo aquele que derramei ou derramarei. 


Relações em Conflito



Tínhamos retornado de mais uma missão, uma entre tantas outras, enfim, fazia tanto tempo que não parava em um local que ao chegar na casa de Havah, depois de tomar um banho e descansar um pouco estranhei a sensação de estar parado em um local "neutro". Depois de descansar fui fazer uma visita para Clara, havia algum tempo que não me comunicava com ela, ao vê -la percebi que estava com o cabelo um pouco maior em relação à última vez que a vi. Fazia um certo tempo que não a via, mais uma coisa era certa ela estava cada vez mais linda, sua pele não era mais tão pálida como antes, agora ela passava um pouco de vida, seu rosto ainda era o mesmo mas por conta de tudo que passara nos últimos tempos eu não percebia que suas feições não eram mais a daquela menina que um dia resgatei e sim de uma deslumbrante mulher que estava a tornar - se. Ela inicialmente com toda a marca de seu temperamento difícil, recusou a falar comigo,mas, depois acabou voltando atrás, ficamos conversando durante algum tempo, ela contando -me que estava frequentando um centro espirita e que por conta disso estava conseguindo controlar - se melhor e consequentemente estava evitando os surtos da essência de trevas. Ela contou - me ainda que depois da partida de Verbena as duas encontraram - se algumas vezes e mantinham um certo contato ainda, a conversa fluía bem até o celular de Clara tocar e ela receber uma noticia que iria abala - la profundamente, um travesti que era seu amigo e também pertencia ao centro tinha acabado de ser brutalmente assassinado por uma criatura sobrenatural. Clara repentinamente entrou para dentro de casa e eu pressentindo que se ela ficasse sozinha não seria nada bom pra ninguém, acompanhei - a tentando fazer com que ela se acalmasse,mas no fim das contas foi em vão. Ela acabou se descontrolando, a cena se repetia como sempre, seus olhos começaram a ficar totalmente negros,suas veias saltavam seu corpo e conforme as veias iam saltando seus gritos ficavam mais roucos e mais ressonantes no ambiente e eu tentei de todas as formas possíveis fazer com que Clara recobrasse seu  alto controle, como nada adiantava e não tendo outra opção acabei por tomar a decisão mais covarde de minha existência, mas tentando pensar no bem dela, acertei - a com o cabo de minha lança para desacordá - la. Em seguida procurei deitá - la na cama para que ela pudesse ficar mais confortável e ao sair do quarto com a intenção de pegar algo na cozinha eu dei de cara com sua mãe,saí deixando os cuidados de Clara com sua mãe. Saindo de lá fui ao encontro de Eve e de lá fomos para seu sitio, estávamos todos nos preparando para mais uma missão quando a porta repentinamente abriu e lá estava Verbena, que veio em minha direção atirando em minha perna, o tiro acertou co uma precisão quase que cirúrgica a região abaixo da rótula esquerda, com o impacto do projétil da arma minha perna ficou totalmente comprometida. pois, o osso foi fragmentado quase que comprometendo qualquer chance de regeneração sem haver o risco de sequelas, mas eu sabia e ela acabou por confirmar que o tiro servira apenas como um aviso por ter machucado Clara,mal sabia ela que o tiro que ela me deu não provocaria dor ao menos próxima da que sentia pelo que fiz com minha "menina".
 Depois que Verbena saiu, acabei por desmaiar com o ferimento, passado algum tempo,lembro - me de ter acordado no templo de Helena, lugar que já conhecia de outros episódios. Estava me recuperando quando os outros vieram visitar - me e trouxeram - me uma noticia que acabou por aflorar minha "nova natureza". Estava ainda deitado na maca no pátio central do salão do templo,o pátio de cura era um espaço central do templo no qual ficavam várias macas como uma espécie de enfermaria, possuía uma vista muito bonita do alto da serra. Estava deitado olhando a vista quando todos chegam quase em comitiva e próximo deles aparece a silhueta de Helena que ao se aproximar de mim pedia para eu procurasse ficar calmo, tentasse descansar, e aos poucos percebi que algo tinha acontecido, então relacionei diretamente as duas pessoas que mais me importavam: Clara e Verbena. Depois de tocar no nome de Clara senti um aperto dentro do peito, como se algo tivesse sido retirado de mim e realmente algo tinha sido retirado, Clara tinha sido assassinada juntamente com algumas das outras essências.Helena contou - me que Eve teve uma visão da morte de Clara e quando foram ao local para tentar evitar tinha sido tarde demais, encontraram - na inerte no chão, tinha sido afogada e tinha um corte na garganta, a única pista que tinham era que ao lado de todos os corpos dos hospedeiros das essências foi deixado uma rosa branca. Eu prontamente sem estar totalmente recuperado levantei - me da maca meio que cambaleando juntei minhas coisas e prometendo colher a cabeça da vadia que ceifou minha Clara, estava caminhando para a saída do templo mas acabei tombando ao chão, por ainda estar cansado e não totalmente curado. Ao recobrar a consciência fiquei a conversar com o restante do grupo para situar -me sobre o que tinha acontecido enquanto estava no templo de Helena, fomos todos para a casa de Havah e acabei por descobrir que a pessoa da qual quero vingar - me é nada mais, nada menos que Sophie, irmã de Gabriel, estávamos eu, Urick e Marcus colhendo informações até que Marcus teve a ideia de avisar para Olívio o que estava acontecendo. 

Rosa Negra


Hoje acordei com uma sensação estranha, pra falar a verdade nem dormir consegui, ainda sinto as dores da lembrança da Verbena, minha perna que o diga, ainda não sarou totalmente do nosso último encontro, hoje o dia amanheceu cinzento exatamente como no dia que conheci a Clara, era um dia quente como hoje o clima abafado, o céu nublado e riscado com tons de cinza e laranja. Estava passando pelo Dragão do Mar,quando avistei aquela menina sentada com um grupo no meio da praça Verde conversando, bebendo.
ão tem como não lembrar daquela personalidade intransigente e muitas vezes infantil, pois,por mais madura ela quisesse mostrar - se ela nunca deixaria de ser uma criança, a minha criança.
Foram momentos bons que passei ao lado dela, mas a vida continua, eu continuo aqui, lutando pela minha sobrevivência, por aqueles que ao menos sabem o que fazemos por eles, lutando pela memória dela.
Estou seguindo meu caminho, sempre lembrando de sua memória e procurando me fortalecer para no momento certo fazer justiça em seu nome. Nem que para isso eu volte para onde nunca quis estar, mas, por circunstâncias adversas acabei por me acostumar com lá.
A rosa sempre foi simbolo de paixão, devoção para com os outros e esta que agora marca minha pele é meu sacramento perante sua lembrança, a rosa negra, a dama da noite,filha das trevas, companheira da derradeira passagem. 
Hoje espero que acabe logo, saindo aqui para mais um show, não espero que me agradeçam por nada, que ao menos lembrem de mim, quero somente que lembrem daquela que um dia padeceu para salvar um bando de cretinos que não sabem fazer nada além que olhar para seus malditos umbigos como se estes fossem a representação da realidade, sem ao menos dar - se ao trabalho de olhar à sua volta, espero que entre aqueles que a conheceram possam lembrar - se do verdadeiro valor que ela teve e finalmente espero poder fazer justiça e honrar seu nome e sua lembrança.