Máscaras
No silêncio da noite diante da caneta e do papel
Rompo o lacre que aprisiona minha verdadeira essência
Dilacero meu eu de forma tão cruel
Que não consigo reconhecer minha própria aparência
Em cada letra desintegro um pedaço de cada uma de minhas máscaras
Máscaras que fizeram e fazem parte de mim
Quero libertar -me delas ao som das citaras
Que anunciam o grande fim
De um ser sem aparência ou identidade
Que procura em sua eterna busca
Encontrar em suas perguntas a tão sonhada verdade
Encontrar por trás de cada aparência
Aquela que mostra o real significado,
Não de cada máscara ou identidade, ou mesmo aparência, mas entre elas sua verdadeira essência.
Eu
Quem sou o que sou
É o que muitos se perguntam
O que sou
E o que todos acham
Sobre este ser que vaga por caminhos
Que não consegue percorrer
Sem sentimentos, sempre atrás de carinhos
Algo para lhe entorpecer
E poder assim esquecer enfim
Que seu peito pulsa
Mas ninguém escuta o fim
Que sua voz corta o espaço
Mas nada lhe dói mais
Do que a falta de um abraço.
Criatura
Sou ser
vivente
Criatura
pensante
Ser que sente
Criatura dizente
Sou ser que
antes dotado de pureza
Agora dotado
somente de incerteza
Incerteza da
vida, enquanto crença
Crença num mundo
de descrença
Descrença de um
mundo que me rodeia
De uma realidade
que me afasta
Da criatura que
sou
Da criatura que um dia fui
Lembranças me rodeiam
Mas sentimentos sempre me permeiam.